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O poder ser criança!

Ser criança neste mundo apresenta grandes desafios. Quando pensamos na infância trazemos conosco uma bagagem social gigantesca, onde a definição de ser criança está inserida. Repertórios sociais diversos que vão se configurando e se transformando ao longo do desenvolvimento da sociedade. Não sei se muitos sabem, mas é interessante apontar o processo histórico da construção do sentimento de infância, dos movimentos estabelecidos e das concepções que hoje dão o sentido e significado pra esta categoria em desenvolvimento.

Em outros momentos históricos a criança foi tratada como um “pequeno adulto” não sendo diferenciada na sociedade no qual estava inserida, este sentimento da criança e da infância começa a surgir a partir do Séc. XVII quando começam a aparecer às primeiras diferenciações sobre a criança e suas necessidades e função social. Àries aponta muito bem esse processo histórico.

Contudo, entender a criança hoje em nossa sociedade envolve diversos processos, sendo um dos mais primordiais, o entendimento sobre sua subjetividade e sobre a garantia de seus direitos. A criança é um ser que está em pleno desenvolvimento, demandando atenção, cuidado e principalmente escuta e respeito em suas subjetividades, para que possa se desenvolver positivamente.

Um dos aspectos que também hoje é muito discutido é a importância do livre desenvolvimento e estímulo a essa população. O brincar é um dos movimentos mais importantes nesse processo, uma vez que permite a livre criação e expressão das vivencias e traumas nos quais ainda não sabe denominar. Está em jogo seu desenvolvimento físico, emocional, social. A infância é o período no qual estão em construção suas competências intelectuais, humanas, sua evolução esta presente em diversos fatores. As descobertas, experimentações, desafios. Deve-se vivencia-los e experimentá-los sem pressa.

Infelizmente vimos muitos pais, angustiados e ansiosos com o desenvolvimento de suas crianças, com cobranças excessivas, sempre a espera de mais e mais resultados, vestindo seus filhos com pesos e bagagens desnecessárias. Gerando-lhes ansiedades e angústias, exigindo competências nas quais ainda não estejam preparados. Rouba-se a infância com as expectativas da vida adulta, privam-se as descobertas e experimentações sadias.

Criança precisa brincar, precisa de mato, cachorro, ralado nos joelho; ter limites e regras, mas entendendo e respeitando o período de desenvolvimento no qual se encontra. Estimular sentidos, contar estórias, dar escuta pros sonhos e descobertas. Tem vivencias que deveriam ser “obrigatórias” na infância: correr, pular, saltar em poças de água, ler livro com os pais, fazer cabaninhas, sonhar que são super-heróis...

É tão simples e fácil ser criança, mas nós sempre complicamos. Que tal pararmos para refletir sobre nossos atos e escolhas, sobre o quão crianças estamos permitindo que nossos pequenos sejam?

Que mudemos os nossos hábitos do imediatismo, do futuro promissor, das exigências desnecessárias e tomemos como ponto de partida, a retomada da curiosidade, da vontade espontânea de brincar, da estimulação do sonho e que nos permitamos o livre brincar e o ser criança. Sendo nós assim também.

Por: Gabriela M Gazito - CRP 06/143462


 
 
 

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